Luas Sobre Etiópia

País que se orgulha pela exceção africana de não ter sido colonizado por nenhuma potência de ambições afiadas; que se arranha na cicatriz da estiagem, na imagem esquálida da morte seca de suas crianças. País nascente de ideias, de vertentes musicais cujas notas caminharam com o desenho único do jazz. País da fé que impede o tempo pelos túneis e igrejas encravados nas pedras de Lalibela. Dos povos esquecidos no distante Vale do Rio Omo, onde cenários são difíceis demais para palavras. País de alegrias que talvez não nos importe, nem tampouco se importa, pois aprendeu, em seu acordar diário, a encontrar felicidade e fé no que não somos capazes.

Para vivenciar a Etiópia, é preciso entender: este não é um livro de imagens. Não é um livro de palavras. É um livro de sentir, um livro da noite, um livro do dia.

De provar duas histórias absolutamente distintas, mas conectadas por culturas que tentam se manter intactas ao nosso toque. Para provar a Etiópia, é preciso não ter pressa. E deixar o sentimento descobrir a arte que não nos pertence, mas que nos é apresentada no sabor do olhar.

Assim é o Luas Sobre Etiópia. Um livro que não quer dizer tanto. Um lugar que pouco se entende. Para que se conheça a noite, o dia e o valor de saber a si próprio.