Scott MacLeay
Retratos, sob várias formas, continuam sendo um dos temas mais populares da fotografia. Eles são onipresentes tanto na área comercial quanto na de Belas Artes. Esta oficina examina o retrato autoral sob a perspectiva de três parâmetros que o artista canadense Scott MacLeay priorizou durante 40 anos de carreira: a linguagem de corpo, de movimento e de cor.
A linguagem de corpo: uma exploração da sintaxe dos gestos e sua capacidade de comunicar mensagens múltiplas simultaneamente. O uso tradicional das expressões faciais e gestos de mão para se comunicar é, na verdade, um subconjunto muito pequeno do vasto potencial inerente à área da linguagem corporal. O uso de gestos como pontuação de uma frase visual será investigado, assim como a noção de gestos ambíguos e o poder de pequenas diferenças nas configurações gestuais na forma de dípticos e trípticos.
A linguagem de movimento: todo tipo possível de movimento será examinado, das formas mais tradicionais às mais excêntricas baseadas no movimento do fotógrafo e da câmera, bem como as formas que lidam com movimento emocional em oposição ao movimento físico. O poder da quietude para expressar a presença forte de uma ausência de movimento será explorado no contexto de discussões que abordem a importância da presença em todas as formas de retrato. O uso de técnicas de acaso para criar justaposições inovadoras e dinâmicas no trabalho de retratos de grupo também será examinado.
A linguagem de cores: a cor como parâmetro a ser controlado e explorado como um poderoso vetor de comunicação por excelência é investigada nesta oficina. O poder da cor para reforçar objetivos temáticos simples ou, ao contrário, para criar ambiguidade e abstração em situações temáticas mais complexas, será analisado. Monocromáticos, tais como retratos em preto e branco tradicionais, assim como trabalhos dicromáticos serão investigados como subconjuntos do mundo das cores a partir do qual eles são derivados.
Scott MacLeay é mestre em Ciências Econômicas pela London School of Economics e deixou seus estudos de doutorado para prosseguir carreira em fotografia em Vancouver, especializando-se em fotografia de moda e retrato editorial. Em 1979, mudou-se para Paris a fim de se dedicar em tempo integral à exposição do seu trabalho, sendo representado em Paris pela Galérie Créatis e em Nova York pela Galeria Marcuse Pfeifer. Ele tem exibido amplamente em galerias e museus nacionais na América do Norte e do Sul, Europa e Japão e suas imagens estão presentes em inúmeras coleções privadas e de museus. Seu trabalho no campo da videoarte abrange mais de três décadas e suas obras foram incluídas nas seleções oficiais de festivais no Japão, nos Estados Unidos e no Canadá.
Na década de 1980, foi nomeado Diretor do prestigiado Center for Media Art and Photography (CMAP) do vanguardista American Center, em Paris, onde se dedicou à produção de projetos audiovisuais, à curadoria de exposições fotográficas para o CMAP durante o Festival de Arles e ao desenvolvimento de programas pedagógicos de ponta para jovens artistas. Em 1987 fundou o MMAP (Music, Media Art and Photography) em Paris para dar continuidade ao trabalho realizado no CMAP e expandiu suas atividades para incluir consultoria em projetos audiovisuais de grande escala na França e na China. Deixou o trabalho de fotografia analógica em 1988, dedicando-se à composição de música contemporânea para vídeo art, cinema alternativo e a dança contemporânea, bem como para o seu grupo de pesquisa musical Private Circus, uma atividade que despertou o seu interesse em imagens digitais e tecnologias online. O grupo gravou dois CDs do trabalho de MacLeay: Small Crowds, uma ópera contemporânea e La Moitié de L’Histoire, uma compilação de obras compostas para a dança contemporânea. Desde sua mudança para o Brasil, em 2010, ele divide seu tempo entre criações e exposições focadas em novas mídia, composição musical para instalações e exposições, exploração de interatividade on-line e curadoria para jovens artistas brasileiros de novas mídias. Ele é o autor do livro de ensaios Pensar, Sentir, Ver: Percepção e Processo em Fotografia (Editora Photos, 2015) e do fotolivro Quadrichromie 1978-1988 (Creative Process, 2018).
Data
29 e 30 de março
Horário:
Sexta-feira – 13h às 18h | sábado – 13h às 18h
Local
Tiradentes - Pousada Alma Serra
Carga horária:
10 horas
Pré Requisitos:
Sólida base em técnicas fotográficas. Os participantes devem trazer exemplos (impressões ou em pen drive / HD) de quaisquer retratos autorais que tenham produzido. Eles também devem ter um método para transferir arquivos de suas câmeras para o computador da oficina.
Número de Vagas:
12
Investimento:
R$ 440,00 - pagamento em até 3 parcelas
Programa:
* leitura de exemplos do trabalho dos estudantes
* um breve resumo dos processos conceituais em arte contemporânea e dos desenvolvimentos conceituais em fotografia nos últimos 50 anos
* retratos autorais como situações e não como momentos e o poder de tratar temas intangíveis como ambiguidade, dúvida e satisfação.
* as diversas formas conceituais de linguagem de corpo, de movimento, de cor e a coabitação dos três tipos de linguagem - em harmonia e em oposição