Suite Master e Quarto de Empregada

A ideia do livro vem de 2015, logo após a promulgação da PEC das Domésticas. Eu comecei o trabalho depois, em 2017. Até o começo de 2020, por conta da pandemia, fotografei, ouvi e conheci melhor como acontece a segregação nos ambientes domésticos.
O quarto de empregada fala de racismo, segregação e desigualdade. É um conceito arquitetônico nascido, ampliado e enraizado no Brasil. E que repete esse arranjo para as pessoas que estão à margem dos direitos e em condições vulneráveis de trabalho.
Na elaboração do livro, junto com o curador Eduardo Queiroga, nós pensamos em dois cadernos se confrontado. De um lado, as suítes, do outro, os quartos de empregada. Para que não tivesse nem uma forma certa, nem errada de ser visto. Qualquer fotografia de um dos cadernos pode e deve ser confrontada com qualquer fotografia do outro caderno. Isso torna o livro infinito nas combinações que pode criar. É mais orgânico, mais caótico, mais coerente com o que observamos na vida real.
O projeto tem textos de Fabiana Moraes, jornalista, escritora e professora; e Mirtes Renata de Sousa, ex-empregada doméstica, filha e neta de empregadas. O design é assinado por Raul Kawamura, a produção é da Oficina de Imagens. Contou com financiamento do Funcultura – Fundo de apoio à cultura do Estado de Pernambuco.